Essa aversão pode surgir por falta de compreensão com respeito ao fato de que a obra leiga é ordenada por Deus, tão divinamente ordenada por Deus quanto a obra denominacional. As duas devem trabalhar juntas, não uma sobre a outra, mas unirmos as mãos para que possamos cumprir a comissão evangélica como 2 braços iguais, um braço oficial e outro braço leigo. A questão na igreja de Deus nunca deveria se resumir entre: esse é oficial da igreja, já esse outro não é. Esse projeto é da igreja X esse não é. Não se trata de oficial X não oficial, mas da verdade contra o erro, e da justiça contra a injustiça.
Todos nós fomos chamados por Deus para fazer uma obra para Ele fora da estrutura da Associação. Em resumo, Deus tem os planos organizados pela Associação e os planos formulados por membros leigos, ambos cooperando com Ele.
Mas falando mais especificamente sobre os recursos, dízimos e ofertas, alguns creem que os líderes que representam igreja organizada têm a autoridade final para decidir sobre este assunto. Mas pode ser que nesse momento você diga: ‘Não! Deus é autoridade e Ele disse para devolver na casa do Tesouro.’ Pergunta: Você já estudou a fundo? Eu confesso que não via necessidade de estudar sobre isso. Como povo da bíblia, cremos que a única autoridade aceitável é aquela proveniente das fontes inspiradas. Rejeitar a Palavra de Deus em favor da palavra do homem ou da igreja é catolicismo! Todos concordamos com isso! Então, vamos estudar?
Creio que Deus deseja que esse assunto seja discutido, principalmente quando vemos os relatos ao redor do mundo (e não precisamos ir tão longe), de fiéis dizimistas que têm sido removidos dos cargos em suas igrejas, por terem eles sentido o chamado para devolverem seus dízimos na distribuição de livros como folhas de outono, ou a fiéis ministérios de sustento próprio, ou obras leigas. Estudar e reexaminar as verdades nunca fará dano à verdade, antes fortalece. Se você decidir ler essas poucas páginas (digo poucas, pois tenho mais de 200 páginas sobre o assunto dos dízimos e ofertas), então, ao você ler os textos bíblicos e do Espírito de Profecia, deverá escolher: seguir a Palavra de Deus ou a palavra do homem? A verdade não existe somente para falarmos sobre ela, mas para ser cuidadosamente estudada e seguida.
Você sabia que ao estudar o Espírito de Profecia, descobri que a serva do Senhor não fez nenhuma diferença entre obreiros denominacionais e os de sustento próprio ou leigos, com respeito ao dízimo? Nem na Bíblia, nem nos escritos de Ellen White. Também descobri que apenas uma geração atrás, muitos de nossos líderes da Associação, direção e administração não viam como problemático quando ficavam sabendo que alguém estivera devolvendo seus dízimos a obreiros leigos ou ministérios de sustento próprio. Em 1984 (eu nasci em 1983), o presidente da Associação Potomac disse o seguinte ao Pr. Colin:
– Bem, se você não saiu a solicitar dízimo, eu tranquilamente o usaria para a devida obra.
E essa era a visão de muitos líderes da Associação Geral.
Ellen White escreveu: “Permita Deus que as vozes que se levantam rapidamente para afirmar que todo o dinheiro investido na obra deva passar pelo canal nomeado de Battle Creek não sejam ouvidas. As pessoas a quem Deus tem dado Seus meios são submissas a Ele somente. É seu privilégio dar auxílio e assistência diretamente às missões.” (Spalding and Magan Collection, 176). {SpM 176.7}
Muitos creem que somente lá no começo da obra foi necessário usar os dízimos fora dos canais oficiais, lá no Sul dos EUA. Porém, temos muitos outros exemplos mais recentes. No Sudeste da União Asiática, muitos milhares de dólares de dinheiro de dízimo foram enviados diretamente ao pastor Russel, em sua maioria de membros da igreja que se sentiram convictos que deveriam apoiar a obra do evangelho no sudeste da Ásia. E quando o Pr. Russell foi presidente do Hospital Adventista de Bangkok foi unicamente o dinheiro de dízimo vindo dos Estados Unidos em sua maioria enviado por médicos que regressavam aos EUA e outros missionários, o que manteve Missão da Tailândia capaz de arcar com suas despesas. Deus achou por bem sustentar Sua obra dessa forma. Ele colocou nos corações de alguns crentes fiéis o amor às almas e o desejo de suprir as necessidades da comissão evangélica naquelas regiões com tantas almas. Apenas uma geração atrás, muitos ministérios (nos EUA) tinham por costume receber e aceitar dízimos e ofertas diretamente dos irmãos, tais como: A Voz da Profecia, Programa Está Escrito, Amazing Facts, Quiet Hour, Bread of life…
Mas preciso deixar claro que não estou falando sobre os dízimos para que as pessoas parem de devolver os dízimos que mantem os ministros denominacionais fiéis, eles devem ser mantidos pelos dízimos. A questão é que não podemos mais ignorar o fato de que esta exigência denominacional seja recente!!!
Também creio que as medidas tomadas em muitas igrejas, só refletem, inicialmente, falta de conhecimento, e não rejeição expressa ao conselho do Senhor. Por isso, escrevo essas palavras, pois é nosso privilégio conhecer a verdade e exercer a liberdade dada por Deus.
Temos orientação suficiente para entender que os planos do Senhor é de que trabalhemos juntos, obreiros oficialmente ligados à denominação e obreiros/ministérios leigos. Nunca devemos entender que um deva ser superior, ou ter a supremacia sobre o outro. E nossos líderes entendiam exatamente dessa forma, pois em 1909 a Associação Geral fez recomendações que serviriam para nortear qual o tipo de relacionamento deveria haver entre a obra denominacional e a obra leiga. Veja algumas partes: (para ver a recomendação completa, veja ANEXO I)
Boletim da Associação Geral. 1909. 372, 373:
“Recomendação da Associação Geral”
“Considerando que deva existir um relacionamento estreito e amigável entre a obra organizada denominacional e essas escolas de sustento próprio: Portando –
“ IV. Que a obra organizada ajude no estabelecimento das referidas escolas e aconselhem no emprego dos recursos adquiridos junto ao povo de Deus.
“ V. Que os mais estreitos laços de simpatia e cooperação sejam mantidos entre escolas leigas e a nossa obra organizada.
“ VI. Que os departamentos de educação sejam encorajados a assim cooperarem com essas escolas leigas a fim de que maior ajuda possível possa ser prestada e os melhores resultados alcançados.
Vejam ainda esse outro parecer de nossos líderes pioneiros ‘Arquivo de Documento 213’, geralmente atribuído a A. G. Daniells, W. W. Prescot, W. C. White, e Dr. Rand, 1907:
“Quando aqueles que possuem responsabilidade das despesas do dízimo falham no cumprimento do seu dever, isso torna a distribuição do dízimo por esses regulares canais organizados, obstáculos para seu uso apropriado, então, a fim de levar avante o plano Divino de que o dízimo deveria ser gasto de uma forma mais sábia para o crescimento da obra, indivíduos tem o direito de devolver seus dízimos direto a campos necessitados: mas que isso envolve um considerável grau de responsabilidade pessoal, que deve ser assumido por aqueles que decidem seguir esse plano. Considerou-se que essa questão poderia ser manejada de forma a mostrar que o afastamento do plano regular foi autorizado somente quando os planos regulares falhassem em serem levados avante por aqueles que estão em posição de responsabilidade.”
Mas compare com uma declaração típica do pensamento dos líderes de hoje em dia:
“Hoje em dia um número cada vez maior de ministérios independentes compete fortemente por uma grande porção dos dólares do dízimo dos adventistas – dinheiro imprescindível para a obra principal da igreja.” (Relatório da União Sudoeste. 1992).
Que tristeza!! Não é competição. A obra da Associação tornou-se evidentemente a parte principal da obra da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas a obra da Associação não é a obra da igreja. A igreja é constituída por todos os membros. Por isso, a obra leiga ou de sustento próprio faz parte da obra da Igreja Adventista do Sétimo Dia tanto quanto a obra da Associação/Organização.
Em 1907, a irmã White escreveu a seguinte carta ao professor Percy Magan, diretor acadêmico de Madison (escola leiga, não filiada, nem ligada à Associação):
“Alguns têm entretido a ideia de que pelo fato de a escola em Madison não pertencer a uma Associação da Organização, não deveria ser permitido àqueles que estão a cargo desta escola, solicitar de nosso povo os meios sumamente necessários à continuação de sua obra. Essa ideia precisa ser corrigida. Na distribuição do dinheiro que vem para o tesouro do Senhor vos é dado direito a uma justa porção tão certamente quanto para aqueles que se acham conectados aos nossos necessitados empreendimentos que são conduzidos em harmonia com a instrução do Senhor. O Senhor Jesus um dia pedirá contas àqueles que atarem a vossas mãos ao ponto de ser quase impossível vos mover em harmonia com Suas ordens. ‘A prata e o ouro são meus, diz o Senhor, e o gado sobre os milhares de montes.’”
“Meios foram retidos, porque na organização e administração da escola de Madison, ela não estava sob o controle da Associação. … Nossos irmãos devem se proteger contra repetir tais experiências.” {SpTB11 31.3 e 32.1}
O Senhor não estabelece barreiras sobre Seus obreiros como os homens costumam estabelecer. A irmã White sempre viu os obreiros denominacionais e de sustento próprio trabalhando juntos; não um trabalhando sob a direção do outro. Veja que ela escreveu acima que as instituições de sustento próprio têm “direito a uma porção” dos meios “do tesouro do Senhor”.
(Se você tiver dúvidas sobre o que significa o termo “meios” ou “recursos” citados pela irmã White acima ou nas demais citações, veja ANEXO II. Portanto, quando ela escreve esses termos, ela se refere a dízimos, ou a dízimos + ofertas)
Há aqueles que afirmam que o tesouro do Senhor deve ser usado unicamente para a obra denominacional, mas essa citação acima claramente nega tal asserção. Se todos nós pudéssemos entender isso, muitas perguntas seriam respondidas, reduziria a confusão que tem se formado entre nós nos últimos anos, não seria cometido injustiças e muitas divisões seriam evitadas entre o povo de Deus.
Veja esse exemplo em nossa história:
Carta escrita pela irmã White àqueles que possuem encargos em Washington e em outros centros, de 6 de janeiro de 1908: {SpM 422.3}
“Àqueles em nossas Associações que julgam possuírem total autoridade para proibirem a coleta de recursos em determinada região eu diria: Esta questão tem-me sido apresentada repetidas vezes. Eu agora, em nome do Senhor, dou meu testemunho a quem possa interessar: Onde quer que estejais, suspendei vossas proibições. A obra do Senhor não deve ser assim estorvada. Deus está sendo fielmente servido por esses homens e vós tendes estado observando e criticando. Eles temem e honram o Senhor, são obreiros juntamente com Ele. Deus nos proíbe pôr qualquer jugo sobre os ombros de Seus servos. …Essa carga adicional de responsabilidade [de ficar controlando os recursos] que alguns supõe que Deus lhes confiou por preencherem posições oficiais, jamais lhes foi por Ele confiada. Caso os homens estivessem firmes sobre a plataforma da verdade, jamais aceitariam o encargo de elaborar regras e regulamentos que impedissem e obstaculizassem os obreiros por Deus escolhidos em Sua obra no preparo de missionários. Quando todos aprendem a lição de que “todos sois irmãos” e compreendem que seus colegas de trabalho podem conhecer tão bem quanto eles como usar os talentos e capacidades que lhes são confiados, removerão os jugos que agora estão vinculando seus irmãos, e lhes darão crédito por amarem as almas e desejarem trabalhar desinteressadamente para promover os interesses da causa.”
Mesmo com esse direto apelo (e mais outros que ela escreveu), a Review and Herald de 14 de maio de 1908, divulgou uma imprudente resolução:
“Fica resolvido que quaisquer trabalhos especiais para os quais sejam solicitadas doações do nosso povo, devem primeiro receber a aprovação da Associação Geral e da União na qual tais trabalhos estejam acontecendo. E qualquer pessoa enviada a solicitar essas doações deve primeiro receber as devidas credenciais da Associação, da União da qual procede, e que sejam feitos os arranjos necessários certificados por escrito com a União e as Associações locais na qual ele deseja fazer a solicitação, antes ele se lance à sua tarefa”.
Como o Senhor respondeu? Carta 26 de maio:
“Quando li a resolução publicada na Review impondo tantas restrições sobre aqueles que poderiam ser enviados para reunir meios para construção de instituições em campos carentes e destituídos de recursos eu me entristeci com tantas restrições. Só posso sentir-me triste porque a menos que a graça convertedora de Deus venha sobre a Associação, tomará um curso que trará o desagrado de Deus sobre ela. Estamos fartos do espírito de proibição. Têm-me sido feito relatos de uma obra que não possui as credenciais Divinas. As restrições que têm sido atreladas aos trabalhos daqueles que iriam advertir as pessoas nas cidades sobre os imediatos juízos, deveriam ser todas removidas. Ninguém deveria ser impedido de espalhar a mensagem da verdade presente ao mundo. Deixemos que os obreiros recebam suas orientações de Deus. Quando o Espírito Santo impressionar o crente a fazer certa obra para Deus, deixai a questão entre ele e Deus”. (Carta escrita pela irmã White aos oficiais da Associação Geral, em 26 de maio de 1908).
É muito triste constatar que a questão do dízimo tem sido usada para dividir a Igreja Adventista do Sétimo dia hoje, quando não precisaria ser assim. É claro que a obra denominacional deve ser mantida, mas somente se ela for fiel à sua divina comissão. Da mesma forma, a obra de sustento próprio, obreiros leigos, devem ser mantidos apenas se estiverem cumprindo a ordem de Deus. E qual é a ordem de Deus? Ide! Aqueles que estão pregando o verdadeiro evangelho devem viver do Evangelho.
Creio que o plano de Deus para a cooperação entre a obra de sustento próprio e a obra denominacional tem sido grandemente quebrado. Se os conselhos da irmã White, inspirados por Deus, fossem estudados e aceitos, nenhum fiel administrador proibiria o uso adequado do dízimo por obreiros leigos e de sustento próprio.
Meu objetivo com essa carta? Que retornemos à união conforme os moldes do Senhor.
“Permiti-me dizer-vos que O Senhor trabalhará nesta última obra de um modo muito fora da comum ordem de coisas e de um modo que será contrário a qualquer planejamento humano.” Testemunhos para Ministros, p. 299 {TM 299.2}
Devemos sim nos aconselhar com pessoas fiéis, pastores leais, anciãos experimentados, porém, não devemos permitir que à obra do Senhor se torne amesquinhada por regras e regulamentos feitos por homens, mesmo que seja por homens de elevada autoridade eclesiástica.
Vemos que, por não estudarmos todas as coisas a fundo, Satanás tem-se aproveitado para impedir o progresso da obra de Deus, pois alguns líderes e membros tem-se esforçado por exercer controle sobre os ministérios leigos e por promulgarem desnecessariamente regulamentos restritivos. Não devemos nos esquecer de que muito em breve a organização da Igreja, como nós hoje conhecemos, será completamente reformada no tempo da proclamação da mensagem do Alto Clamor.
“O Senhor suscitará homens que darão ao povo a mensagem para este tempo.” (Testemunho para Ministros. p. 107). “Ele chamará homens do arado e de outras ocupações para darem a última nota de advertência às almas que perecem.” (Testemunho para igreja, vol. 9, p. 170). “As mensagens mais surpreendentes serão proclamadas por homens da eleição de Deus.” (Testemunho para igreja, vol. 9, p. 137). “Assim será proclamada a mensagem do terceiro anjo. Ao chegar o tempo para que ela seja dada com o máximo poder. O Senhor operara por meio de humildes instrumentos, dirigindo a mente dos que se consagram ao Seu serviço. Os obreiros serão antes qualificados pela unção de Seu Espírito do que pelo preparo das instituições de ensino. Homens de fé e oração serão constrangidos a sair com zelo santo, declarando as palavras que Deus lhes dá. Os pecados de Babilônia serão revelados´. (O Grande Conflito, p. 606).
Pergunta: O Senhor suscitará esses homens e mulheres de Sua eleição e não os irá sustentar a partir de Seu Tesouro?
E até que este tempo chegue, Deus usará e sustentará com dinheiro do Seu tesouro, tanto fiéis obreiros leigos como fiéis obreiros denominacionais para prosseguir com a comissão evangélica.
Veja porções de uma carta escrita ao então recém-eleito presidente da Associação Geral, ancião A.G. Daniells, em 28 de junho de 1901: (“linhas regulares” refere-se à igreja organizacional)
“O farisaísmo não está extinto no mundo cristão de hoje. O Senhor deseja pôr um fim à atitude de restrição, a qual tem se estabelecido tão firmemente que ao invés de avançar Sua obra, ela a tem emperrado. Ele deseja lembrar ao Seu povo que há um grande campo sobre o qual a luz da verdade presente deve ser irradiada. A sabedoria divina deve ter abundante espaço no qual operar. Ela deve avançar sem pedir permissão ou ajuda àqueles que têm em si mesmos atribuído um poder monárquico. No passado um punhado de homens tentou manter em Suas próprias mãos o controle de todos os recursos provenientes das igrejas e usaram esses recursos de forma muito desproporcional, erguendo edifícios dispendiosos onde esses enormes prédios não se faziam necessários nem eram requeridos, e deixados lugares necessitados sem ajuda ou encorajamento… Eles assumiram a grave responsabilidade de retardar o trabalho quando este deveria ter sido avançado.
“Por anos a mesma rotina. A mesma ‘forma regular’ de trabalhar tem se seguido, e a obra de Deus tem sido grandemente estorvada. Os planos estreitos que têm sido seguidos por aqueles que não possuem discernimento claro e santificado resultam em uma demonstração que não possui a aprovação de Deus.
“Deus chama para um reavivamento e uma reforma. As ‘linhas regulares’ não têm feito a obra que Deus deseja ver realizada. Deixai que o reavivamento e a reforma realizem mudanças constantes…. Que todo jugo seja quebrado. Que os homens despertem para o reconhecimento de que eles têm uma responsabilidade individual.
“O resultado atual é suficiente para provar a todos que possuem o verdadeiro espírito missionário que as ‘linhas regulares’ podem se demonstrar um fracasso e um ardil. Deus ajudando Seu Povo, o círculo de monarcas que ousaram arrostar essas grandes responsabilidades não devem jamais outra vez exercer seu não santificado poder nas supostas ‘vias regulares’. Demasiado poder tem sido investido em agentes humanos não reavivados nem reformados. Não permitais que o egoísmo e a cobiça venham delinear a obra que deve ser feita para cumprir a grande e nobre comissão que Cristo deu a todo discípulo…
“O Senhor tem encorajado aqueles que começaram, sob sua própria responsabilidade, trabalhar para Ele, seus corações encheram-se de amor pelas almas prestes a perecer… ‘jovens, ide aos lugares aos quais sois direcionados pelo Espírito do Senhor. Trabalhai com vossas mãos a fim de que possais ser de sustento próprio, e quando tiverdes oportunidades proclamai a mensagem de advertência’. …permita Deus que as vozes que tão rapidamente se levantaram para dizer que todo o dinheiro investido na obra deva passar pelo canal apontado em Battle Creek não sejam ouvidas. As pessoas a quem Deus tem dado Seus recursos são responsáveis somente para com Ele. É privilégio delas prestarem ajuda e assistência diretamente às missões.” {Spalding-Magan, pp. 174-7}
Dois meses antes, a irmã White havia falado na Associação Geral em Battle Creek, 1 de abril de 1901: LEIAM:
“Com relação à nossa Associação, é repetido, por diversas vezes, que é ela a voz de Deus e, portanto, tudo deve ser submetido a ela e dela se obter a voz com relação a permissão ou restrição sobre o que será ou não feito nos diversos campos… Temos escutado muito, demasiadamente, com relação a que tudo deve passar pela “via regular”. Quando virmos que as linhas regulares estiverem refinadas, purificadas e mudadas e o caráter do Deus dos Céus estiver sobre as vias regulares, então será nossa responsabilidade estabelecê-la. Mas quando vemos mensagem após mensagem vinda de Deus ser aceita, sem que haja nenhuma mudança, continuando tudo exatamente como antes, então é evidência de que sangue novo deve ser colocado nas vias regulares. …Ela requer mentes que sejam trabalhadas pelo Santo Espírito de Deus, e a menos que prova seja dada, a menos que exista um poder que mostre que eles são aceitos por Deus para comunicar as responsabilidades que devem exercer, então deve haver uma renovação sem qualquer demora. Realizar esta reunião como as Conferências Gerais têm feito, passar adiante e encerrar com a mesma manipulação, com o mesmo caráter e a mesma ordem – de modo algum! …De modo algum [Deus proíba], irmãos… Ele quer que toda alma vivente que possua o conhecimento da verdade recobre seu juízo. Ele quer despertar todo poder vivificante, pois estamos quase mortos. E é tempo no qual deveríamos levantar e resplandecer porque nossa luz é vinda e a glória do Senhor se ergueu sobre nós, e até que isto ocorra, poderíamos muito bem encerrar a reunião hoje como se fosse um outro dia qualquer. …O Senhor quer que Seu Espírito reine. Ele quer distinção completa, que nada cortante seja usado para com os de fora, e nem para com aqueles que estão tentando servir a Deus e tentando fazer tudo o que podem para isso, trazendo seus dízimos para manter o ministério. Deus tem um tesouro e este tesouro deve ser mantido pelo dízimo e este dízimo deve ser tão liberal que venha sustentar em grande medida a obra. Cada um atuando em sua capacidade de tal forma que a confiança de todo o povo seja estabelecida neles (nos líderes), e que não haja receio, mas vejam tudo como à luz do dia até que estejam em conexão com a obra de Deus e com o povo… “Não deve haver homem algum que arrogue o direito de levantar sua mão e dizer: ‘Não, vós não podeis ir para lá: não o manteremos se fordes’. Por quê? Que estes (líderes) têm a ver com manter os outros (leigos)? Criaram eles os recursos? Os meios vêm das pessoas e daqueles que são campos carentes. A voz de Deus disse-me para instruir a esses a irem às pessoas e contar-lhes de suas necessidades e atraírem a todos para trabalharem exatamente onde possam encontrar um lugar de trabalho, para erguer a obra em todo lugar que puderem”. (Observações feitas em uma reunião realizada na Biblioteca Universitária de Battle Creek, Associação Geral, abril, 1901) {SpM 162.3 – 168}
Em resumo: Os meios ou recursos pertencem a Deus e vem das pessoas. Os líderes ou a organização não devem tratar os meios como se esses recursos pertencessem a eles ou à organização.
É curioso que quando ouvimos falar de mordomia financeira, ouvimos que nosso dever é levar dízimos e ofertas para a igreja naquele envelopinho, e que isso é símbolo de fidelidade. Porém, mesmo depois disso, ainda somos detentores da responsabilidade sobre aquele dinheiro, pois afinal, Deus o colocou em nossas mãos e não devemos invalidar esta responsabilidade [transferindo-a] para a Associação. Hoje em dia muitos creem cegamente que se derem seus dízimos e ofertas para a organização, podem então lavar suas mãos de todas as demais responsabilidades. Somos sim responsáveis pela maneira com a qual os meios de Deus por nós ofertados estão sendo utilizados.
Veja: (Panfleto “Report of Special Meeting” “Relatório de Reunião Especial”)
“Talvez alguns homens ou concílio (grupo de homens em posição de liderança) digam: ‘É apenas isto que queremos que façais. [trazer recursos]. O comitê da Associação tomará seu capital e o destinará para o mesmo fim (que desejais).’ Todavia o Senhor nos constituiu individualmente como Seus mordomos. Todos nós carregamos a solene responsabilidade de investir esses meios por nós mesmos. É justo que uma porção seja depositada no tesouro para o avanço dos interesses gerais da obra; mas a mordomia dos recursos não estará isenta de culpa perante Deus, a menos que, até onde for ele [o mordomo] capaz de fazê-lo, deverá usar os meios conforme a circunstância assim revele as necessidades. Devemos estar prontos para ajudar os sofredores e estabelecer planos para avançar a verdade de várias formas. Não é esfera de responsabilidade da Associação ou de outra organização qualquer isentar-nos dessa mordomia. Se vos falta sabedoria, dirigi-vos a Deus: perguntai-lhe vós mesmos, e então trabalhai visando unicamente a Sua glória. “Através do exercício de vosso julgamento, ao ministrardes onde virdes que há necessidade em qualquer segmento da obra, estareis ‘emprestando vosso dinheiro aos banqueiros’(capazes de fazer multiplicar). Se virdes em qualquer localidade que a verdade está ganhando posição segura e não há nenhum lugar de adoração, então façais algo para satisfazer a necessidade. Através de vosso próprio modo de ação encorajai outros a atuarem na construção casas modestas para adoração de Deus. Interessai-vos por trabalhar em todas as partes do campo. {PH146 45.2}
“Embora estejais lidando com aquilo que não seja de vossa própria propriedade, todavia vos constituís responsáveis por seu sábio investimento, por seu uso ou abuso. Deus não colocou sobre vós a obrigação de perguntar à Associação ou qualquer concílio de homens se deveis usar vossos recursos quando perceberdes que é justo para fazer avançar a obra de Deus em cidades desamparadas e localidades pobres. Se o verdadeiro plano estivesse sendo seguido, não se estaria usando demasiado recursos em algumas localidades e tão pouco em outros lugares onde a bandeira da verdade não tem sido levantada. Não devemos imergir nossa individualidade de pensamento dentro de qualquer instituição em nosso mundo. Devemos buscar a Deus por sabedoria com fez Daniel. {PH146 45.3}
“… Na qualidade de servos, por Deus contratados, não devemos abandonar nossa mordomia: mas sim diante do universo celeste devemos administrar a verdade a nós confiada por Deus. Nossos corações devem ser santificados, nossas mãos devem ter algo para compartilhar quando a ocasião necessitar dos meios que Deus nos confiou” {Lt 54 1895.44} Testemunhos Especiais para Ministros e Obreiros. Série A. p. 185. Edição Mimeografada.
O Conselho acima é confirmado a seguir:
“As igrejas devem levantar-se. Os membros devem despertar do sono e começar a inquirir: ‘Como está sendo usado o dinheiro que tenho posto no tesouro?’ O Senhor deseja que um exame diligente seja feito. Estão todos satisfeitos com a história da obra nos últimos dias quinze anos? Onde está a evidência de cooperação com Deus? Onde tem-se escutado pelas igrejas a oração pelo auxílio do Espírito Santo? Desgostosos e desanimados, nos afastamos da cena.” (The Kress Collection, p.120). {KC 120.3}
O conceito de mordomia está intimamente ligado com a responsabilidade da proclamação final do evangelho eterno. É uma contrafação de mordomia que se apropria dos recursos de Deus para a pregação da apostasia, a promoção do rebaixamento das normas cristãs, realização de serviços de culto fora dos princípios que apresentam entretenimento, e mobilização para promover laços ecumênicos. Persistir em seguir uma política de mordomia assim é desafiar os conselhos Divinos. Os recursos do Senhor estão relacionados com o pregar a verdade presente, não em atrair por aparatos externos e extravagantes almas que entrarão na igreja, mas não no aprisco do Senhor. Onde fica a simplicidade de Jesus? E os métodos de Jesus? Vamos seguir os conselhos do Senhor? Veja:
“Deus precisa de homens e mulheres que trabalhem na simplicidade de Cristo ao levarem o conhecimento da verdade àqueles que necessitam de seu poder convertedor. Porém, quando é estabelecido um plano restritivo para que os obreiros sigam, estabelece-se uma restrição à utilidade de um grande número deles. Sou ordenada a declarar: ‘Deus não vê como o homem vê o homem’. Aqueles que ocupam posições de responsabilidade precisam depositar muito menos estima sobre o valor da sabedoria humana e estimarem soberanamente a santificação do Espírito revelada na humildade e bondade de Cristo. Eles precisam possuir o Espírito Santo dentro de seus corações e mentes, a fim de controlar suas vontades e santificar suas línguas. {SpM 419.4}
“É um pecado para qualquer um criticar e encontrar defeito naqueles que em suas maneiras de trabalhar não se acham exatamente como eles pensam. …. Ao invés de criticar a obra de seu irmão, dedique-se à sua própria obra que está sendo negligenciada. …Em lugar de pôr impedimentos no caminho daqueles que estão tentando alcançar alguma coisa… abramos nossos olhos para ver que o tempo está passando e que existe muito por fazer. {SpM 421.5}
“O Senhor opera através de várias agências. Se há alguns que desejam entrar em novos campos e começar novos planos de trabalho, encorajai-os a assim fazerem. …Que nenhuma mão humana se levante para impedir seu irmão. Aqueles que são experientes na obra de Deus deveriam ser encorajados a seguir a orientação e o conselho do Senhor {SpM 421.6}.
“Não vos preocupeis com receio de que alguns recursos sejam direcionados àqueles que estão tentando fazer a obra missionária de forma silenciosa e efetiva. Todos os recursos não devem ser controlados por uma única agência ou organização. Há muito trabalho a ser feito conscienciosamente pela causa de Deus. Ajuda deve ser buscada de toda fonte possível. Existem homens que podem fazer a obra de assegurar os recursos para a causa, e quando esses estão atuando conscienciosamente e em harmonia com os conselhos de seus companheiros de trabalho no campo que eles representam, o braço da restrição não deve ser posto sobre eles. Eles são certamente obreiros juntamente com Aquele que deu Sua vida pela salvação das almas. {SpM 421.7}
“Àqueles em nossas Associações que julgam possuírem total autoridade para proibirem a coleta de recursos em determinada região, eu diria: Esta questão tem-me sido apresentada repetidas vezes. Eu agora, em nome do Senhor, dou meu testemunho a quem possa interessar. Onde quer que estejais, suspendei vossas proibições. A obra do Senhor não deve ser assim estorvada. Deus está sendo fielmente servido por esses homens e vós tendes estado observando e criticando. Eles temem e honram ao Senhor; são obreiros juntamente com Ele. Deus nos proíbe pôr qualquer jugo sobre os ombros de Seus servos. É privilégio desses obreiros aceitarem doações a fim de que possam empregá-las para ajudar na realização de uma obra importante que precisa ser feita. Essa carga adicional de responsabilidade que alguns supõem ter Deus lhes confiado em suas posições oficiais, jamais lhes foi por Ele confiada. Caso os homens estivessem firmes sobre a plataforma da verdade, jamais aceitariam o encargo de elaborar regras e regulamentos que impedissem e obstaculizassem os obreiros por Deus escolhidos em sua obra no preparo de missionários. Quando aprenderem a lição de que ‘todos são irmãos’, e reconhecerem que seus companheiros podem saber exatamente tão bem quanto eles como utilizar, da forma mais sábia, os talentos e capacidades a eles confiados, removerão os jugos que estão agora imobilizando seus irmãos, e lhes darão crédito por terem amor pelas almas e um desejo de trabalharem de forma altruísta a fim de promoverem os interesses da causa. {SpM 422.3}.
“O Senhor está exigindo de homens e mulheres que guardem suas próprias casas e famílias, e ao invés de espreitarem seus companheiros de obra, olhando com inveja suas entradas e suas saídas, examinem-se a si mesmo. O Senhor tem um relatório a fazer de cada pessoa que restringe a liberdade de outra. Existe um Vigia que está tomando medida do caráter, e que julgará adequadamente. A inveja revelada por alguns que afirmam estar na verdade, revela claramente que a menos que seus corações sejam mudados, jamais serão vencedores. A menos que respondam às influências subjugantes e santificadoras da graça de Deus, eles nunca usarão a coroa da vida.
“Aqueles que desejam tomar o jugo de Cristo atenderão ao convite: ‘Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei, Tomai sobre vós o meu julgo, e aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração: e encontrareis descanso para vossas almas.’ A todos aqueles que desejam estabelecer um certo curso para que seu irmão siga, diz o Senhor: ‘Afastai-vos do caminho.’ Satanás e seus emissários estão operando muito de seu método de trabalho. Estamos totalmente muito próximos do fim da história da terra para obstruir as rodas da carruagem da verdade. Os obreiros de Deus devem vir para a fileira para orarem juntos, reunirem-se juntos. E onde quer que seja impossível para eles reunirem-se em conselho, Deus instruirá através de Seu Espírito aqueles que sinceramente desejarem servi-Lo.” Spalding and Magan Collection {SpM 424.4}
Porém, é do meu entendimento que entre nós o pensamento predominante seja: o dízimo é santo ao Senhor e essa santidade exige que ele seja utilizado unicamente pelos obreiros denominacionais, quer estejam pregando a mensagem do evangelho ou não (promovendo a apostasia, por exemplo), ou ainda usando o dízimo para qualquer outro propósito não santificado (viagens e hotéis, fogos de artifícios em eventos como Camporis, pagar honorários e despesas com processos, eventos shows…). Por outro lado, doações e ofertas voluntárias são até certo ponto menos sagradas e por isso podem ser utilizadas tanto para doar à denominação, assistência social ou qualquer projeto leigo ou de ministério de sustento próprio. Que validade há na visão de que o dízimo, de certo modo, é mais sagrado do que as ofertas? A inspiração não faz tal distinção. As ofertas voluntárias ou de sacrifício são igualmente tão sagradas quanto o dízimo.
“Então ordenou Ezequias que se preparassem câmaras na casa do SENHOR, e as prepararam. Ali recolheram fielmente as ofertas, e os dízimos, e as coisas consagradas; e tinham cargo disto Conanias, o levita principal, e Simei, seu irmão, o segundo.” (2Cr 31:11 e 12)
Dízimos e ofertas, estavam aqui incluídos entre as “coisas consagradas”. Este sempre foi o testemunho da inspiração.
“Mas o lugar que O SENHOR vosso Deus escolher de todas as vossas tribos, para ali pôr o Seu nome, buscareis, para Sua habitação, e ali vireis. E ali trareis os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta alçada da vossa mão, e os vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas.” (Dt 12:5 e 6).
Nenhuma distinção é dessa forma feita entre a santidade dos dízimos e das ofertas voluntárias.
“E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura.” (Neemias 10:37).
Mais uma vez nenhuma diferença foi feita com relação à santidade dos dízimos e das ofertas. É totalmente ilógico, na verdade descabido, criar uma distinção de cunho humano. Exemplo: Paulo era um obreiro leigo de sustento próprio e tinha o direito a receber tanto dízimos como ofertas ou não possuía o direto de receber nem um nem outro. Quando entendemos que não há distinção entre o nível de santidade dos dízimos e das ofertas, então muito da confusão sobre isso entre o povo de Deus simplesmente desaparece. Cada um de nós deve analisar a evidência da inspiração e de forma pessoal decidir esta questão. Os princípios do Novo Testamento não apoiam um canal único para dízimo. A igreja Romana sim reivindica um único canal, é centralizadora e controladora.
Uma outra questão que ajuda a entender esse assunto é entender os objetivos iniciais de se estabelecer Associações regionais. Pensou-se em ter homens de experiência responsáveis pela obra regional que pudessem encontrar colportores, evangelistas, obreiros Bíblicos, e leigos que fossem enviados para território não penetrado, expandindo a obra da pregação do evangelho. Foi sábio também, pensar em ter homens de experiência que pudessem aconselhar e guiar na verdade as várias comunidades de igreja na região. Nunca esteve nos propósitos de Deus que as Associações regessem ou controlassem as igrejas. Elas deveriam estar para servir as igrejas locais. Assim começou a obra denominacional.
Quando, recentemente, questionei sobre ser lícito usar os recursos para o avançamento do evangelho, isso foi recebido e visto como algo rival à igreja, mas Deus está interessado no desenvolvimento de Sua obra e em apressar o retorno de Jesus, e isso está em harmonia com os planos do Senhor. Há conselho Divino e grande sabedoria em que nos consultemos entre nós, porém jamais existe segurança em que um ser humano controle seu semelhante.
Talvez exatamente aqui seria bom examinar justamente quais são os usos apropriados do dízimo, tanto para a obra da organização, quando para obreiros leigos ligados à Associação ou não, pois nem a Bíblia, nem o Espírito de Profecia faz essa distinção na utilização dos recursos. Ellen White é clara em suas declarações com relação a quem deveria ser mantido pelos dízimos:
Ministros e Evangelistas: “Instrução me tem sido dada de que existe uma retenção do dízimo que deveria ser fielmente trazido ao tesouro do Senhor, para a manutenção dos ministros e missionários que estão abrindo as Escrituras ao povo e trabalhando de casa em casa… os ministros e evangelistas que estão trabalhando na vinha do Senhor devem ser mantidos” (Review and Herald, 20 de abril de 1905).
Professores Bíblicos e Obreiros Bíblicos: “Nossas Associações deveriam ver que as escolas são compostas por professores que são em tempo integral professores bíblicos e que têm uma profunda experiência cristã. O melhor talento ministerial deveria ser trazido para as escolas e os salários desses professores deveria ser pago do dízimo.” (IMR, p.189).
“Há esposas de ministros. …lendo a Bíblia e orando com famílias, ajudando por esforços pessoais bem-sucedidos junto a seus maridos. Essas mulheres dão todo O seu tempo e é dito que elas nada recebem por seu labor porque seus maridos recebem seus salários. Eu digo a elas continuem avançando e todas essas decisões serão revertidas. A Palavra diz: ‘O trabalhador é digno do seu salário’. Quando qualquer decisão como essa é tomada eu no Nome do Senhor protestarei. Sentirei ser meu dever criar um fundo do dinheiro de meu dízimo, para pagar essas mulheres que estão realizando um trabalho tão essencial quanto o que estão fazendo os ministros. E esse dízimo eu reservarei para o trabalho na mesma linha como o dos ministros, buscando almas, pescando almas” (Coleção Spalding and Magan, 117)
Médicos Missionários: “Alguns… dizem que o dízimo não deveria ser usado para manter os médicos missionários que têm devotado o seu tempo para tratar dos doentes. Em respostas a afirmações como esta sou instruída a dizer que a mente não deveria se tornar tão estreita ao ponto de não ser capaz de compreender a realidade da situação. Um ministro do evangelho que é também um médico missionário, capaz de curar doenças físicas, é muito mais um obreiro efetivo do que aquele que não pode assim fazer. Sua obra como ministro do evangelho é muito mais completa.” (MM, p.245).
A Disseminação da Literatura: “Mas enquanto alguns saem a pregar Ele apela a outros para responderem a Suas reivindicações sobre eles por dízimos e ofertas para com os quais manter o ministério e a disseminação da verdade impressa por toda a terra.” (Testemunhos para a Igreja, vol. 4, p. 472).
Alguns princípios:
“O dízimo deve ir para aqueles que trabalham na palavra e na doutrina, sejam homens ou mulheres.” (Evangelismo, pg. 492).
“O dízimo… é para ser especialmente dedicado ao sustento daqueles que estão levando a mensagem de Deus ao mundo.” (Beneficência Social, pg. 277).
“O dízimo que você tem negado, Eu (Deus) o reservo para o sustento de Meus servos em seu trabalho de abrir as Escrituras para aqueles que estão nas regiões de trevas, que não compreendem Minha lei.” (Testemunhos para a Igreja vol. 6, pg. 387).
“O Senhor ordenou que aqueles que pregam o evangelho vivam do evangelho.” (1 Coríntios 9:14). Algo que foi ordenado não é algo opcional, mas é algo obrigatório. Portanto, recusar dar o dízimo a quem prega o evangelho sob a alegação de que o mesmo deve passar por um único canal é negar o ministério e o chamado de Deus. O dízimo é o método escolhido por Deus para manter Seu ministério. Aqueles que cederem a essa indecorosa pressão de que devem parar de destinar os meios conforme Deus os tem dirigido e impressionado a fazer, estão na realidade dando o mais evidente testemunho de que concordam e apoiam o uso de autoridade indevida por parte de seres humanos.
Diariamente centenas de pessoas estão ficando distante do alcance do testemunho de Deus devido ao acatamento de ordens humanas sem base bíblica. Mas não quero ser mal interpretada; existe um lugar legítimo para a autoridade na Igreja de Deus, todavia jamais deve ela dar um passo sequer fora dos limites das Escrituras. Toda e qualquer ordem que estiver de acordo com o Está Escrito, obedecerei! Fora disso, não posso obedecer, o Senhor proibiu! E isso não é causar desunião. Aliás, só conta como união se nos unirmos em torno do Assim Diz o Senhor. Unir-nos no ‘essa é a posição da igreja’, enquanto não apoiada na Palavra, não configura união, mas confederação do mal. A verdadeira unidade vem através da verdade que santifica, conforme diz a Palavra.
O testemunho bíblico estabelece um princípio que deve ser aplicado a todos os ministros fiéis: “aqueles que pregam o evangelho devem viver do evangelho.” 1 Coríntios 9:14. Esta não é uma ordem de Paulo, porque o texto de forma clara afirma que este princípio é ordenado pelo Senhor. É uma das mais perigosas violações da consciência individual ordenar os membros de Deus a devolverem seus dízimos e ofertas unicamente através dos canais da Associação. É uma violência ainda maior negar a esses membros o cargo de oficiais na igreja. A ofensa é aumentada ainda mais quando esses fiéis membros são ameaçados com a disciplina. Da mesma forma é a Palavra de Deus certamente violada quando as fiéis instituições de sustento próprio são difamadas por aceitarem o dízimo para o ministério legítimo ao qual Deus os tem chamado. Permitir que assim seja feito sem protestar, nos faz cúmplices do erro.
“Nossas igrejas e instituições devem retornar onde elas estavam antes da apostasia começar, quando elas começaram a confiar no homem e fazer da carne o seu braço, já não vimos o suficiente da sabedoria humana? Não buscaremos agora a Deus em sinceridade e simplicidade, para O servirmos de coração, mente e força?” (Coleção Kress, pág. 120)
“Não se preocupe temendo que alguns recursos estejam indo direto àqueles que estão tentando fazer a obra missionária de uma forma quieta e efetiva. Todos os recursos não devem ser manejados por uma agência ou organização. Há muitos esforços a serem feitos conscientemente para a causa de Deus.” (Àqueles que Carregam Responsabilidades em Washington e Outros Centros, 6 de janeiro de 1908).
“Eu apelo a nossos irmãos, a quem O Senhor tem confiado o talento dos recursos. Irão vocês agora ajudar os obreiros em Madison, os quais tem sido instrumentalidades em levantar recursos para muitos empreendimentos? Como mensageira do Senhor, eu vos peço para ajudar a Escola Madison agora. Esse é seu tempo de necessidade. O dinheiro que vocês possuem é o capital confiado pelo Senhor. Ele deveria ser mantido em disponibilidade para responder ao chamado em lugares onde o Senhor tenha necessidade dele.” (Um Apelo pela Escola Madison. 25 de março de 1908).
“Os irmãos Sutherland e Magan (obreiros leigos que administravam a escola de Madison) deveriam ser encorajados a solicitar recursos para apoio de seu trabalho. É o privilégio desses irmãos receber doações de qualquer das pessoas que O Senhor impressionar a ajudar. Eles deveriam ter recursos – recursos de Deus para com os quais trabalhar.” (Idem)
“Com demasiada frequência, as mesmas velhas dificuldades surgem e são apresentadas no que diz respeito a perturbar as “linhas regulares”. Mas Deus trabalhará de alguma maneira para fazer Seu povo entender que as linhas regulares se tornaram cheias de práticas irregulares. …Quando os homens deixarão de depender da mesma rotina que deixou tanto trabalho por fazer, tantos campos por trabalhar? A realidade atual não é suficiente para fazer os homens verem que é essencialmente necessário um reavivamento e uma reforma? Caso contrário, é inútil repetir as mesmas coisas várias vezes. Quero que meus irmãos comecem a entender algumas coisas por si mesmos. …Somente Deus pode fazer os homens entenderem que trabalhar em linhas regulares levou a práticas irregulares. Somente Deus pode fazer as mentes dos homens o que deveriam ser. Chegou o momento em que deveríamos ouvir menos a favor das linhas regulares. Se pudermos nos afastar das linhas regulares para outra que, apesar de irregular, seja da ordem de Deus, isso pode remover algo do trabalho irregular que tem afastado os princípios da Bíblia. …Hoje é tão difícil romper com as linhas regulares como nos dias de Cristo. Tivemos muita luz. Não nos tornemos estreitos. Quebremos as ataduras que nos prendem. {16LtMs, Lt 65, 1901, par. 17, 20}
“Mamãe fez uma importante exceção ao plano [enviar fundos através da Associação]. Ela diz que sempre que o Senhor tenha claramente falado a respeito de uma importante obra que esteja sendo negligenciada, como no caso da obra entre as pessoas do Sul, porém a Conferência Geral continuar a negligencia-la, os obreiros conectados com tal empreendimento missionário então ficam livres para ir às igrejas, em qualquer lugar e onde quer que seja, e levantar recursos para a continuidade da obra que tem sido claramente indicada que deve ser feita.” (Carta de W. C. White a Percy T. Magan, 1899, de Cartas de W. C. White, pg. 270).
Será que conseguimos todos ver que existem muitas regiões sendo negligenciadas enquanto outras bem estabelecidas recebem especial atenção? Irmãos, somente os conselhos da Bíblia e do Espírito de Profecia podem ser aceitos como inspiração. Na sabedoria do Senhor, era melhor que quem soubesse da apropriação dos dízimos para auxiliar a obra do evangelho, ficasse quieto e calmo. (ANEXO III) Mas nossos líderes denominacionais não tem seguido este conselho, promovendo a desunião, controvérsias e discórdias públicas, tornando necessário que pessoas se levantem para esclarecer esses assuntos, como estou fazendo agora.
A casa do tesouro está localizada aonde quer que o verdadeiro evangelho esteja sendo proclamado em sua totalidade. Ela não está limitada a um único canal da obra da igreja. No dia do juízo cada um de nós, ministros de sustento próprio, leigos e denominacionais, teremos que prestar contas de nosso trabalho ao nosso Senhor e do destino e uso que fazemos de Seus recursos.
É chegado o tempo de encerrar o infortúnio desse capítulo de hostilidade e má-informação que tem se espalhado com respeito ao uso dos recursos do Senhor. Que possamos nos unir, quer sejamos oficiais ou leigos, fazendo tudo ao nosso alcance para difundir as 3 mensagens angélicas. Que fiéis obreiros de sustento próprio e fiéis obreiros da Associação unam as mãos para levar o evangelho eterno a todo o mundo. Afinal de contas, todos nós seremos obreiros de sustento próprio antes do fechamento da porta da graça. Alguns simplesmente foram chamados um pouco antes do que outros para a obra nas “linhas irregulares”. Possa o Espírito Santo conduzir-nos à união de propósitos agora, propósitos que apressarão a volta de nosso tão ansiado Senhor e Salvador. Devemos ser mordomos dos recursos de Deus mais fiéis do que já o fomos antes, fazendo mais sacrifícios e tendo mais discernimento em seu uso. Estes são os últimos dias. Devemos confiar mais ferventemente nas instruções Divinas e fugir de princípios não bíblicos, e enquanto isso, devemos nos assegurar de que nosso investimento esteja verdadeiramente no banco dos céus.
“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mat. 6:19-21.
ANEXO I
“Recomendação da Associação Geral”
“Considerando que as terras do Sul dos Estados Unidos e os campos missionários oferecem muitas oportunidades para a obra escolar leiga” e –
“ Considerando que muitos dentre o nosso povo estão planejando empreender este trabalho” e –
“ Considerando que deva existir um relacionamento estreito e amigável entre a obra organizada denominacional e essas escolas de sustento próprio: Portando –
“Recomendamos. –
“ I. Que os departamentos educacionais de nossa obra, onde estas escolas estão localizadas, tomem providências para sua representação nos departamentos educacionais da Associação.
“ II. Que os departamentos educacionais auxiliem na escolha daqueles que serão encorajados a entrar nessa linha de trabalho.
“ III. Que seja dado apoio aos escolhidos que necessitem de assistência financeira, que aqueles de quem os recursos sejam solicitados possam saber a quem estão assistindo.
“ IV. Que a obra organizada ajude no estabelecimento das referidas escolas e aconselhem no emprego dos recursos adquiridos junto ao povo de Deus.
“ V. Que os mais estreitos laços de simpatia e cooperação sejam mantidos entre escolas leigas e a nossa obra organizada.
“ VI. Que os departamentos de educação sejam encorajados a assim cooperarem com essas escolas leigas a fim de que maior ajuda possível possa ser prestada e os melhores resultados alcançados,
“Recomendamos ainda a nossas instituições mais sólidas que descubram pessoas capazes de empreenderem essa obra de sustento próprio e as encorajem, e que os obreiros assim selecionados sejam estimulados a fazerem um curso de instrução no Nashville Agricultural and Normal Institute (Madison ).
“A Associação Geral e a União da Associação do Sul estão envidando esforços especiais a fim de cumprir essa instrução. ”
(Boletim da Associação Geral. 1909. 372, 373).
ANEXO II
“Vós que tendes estado retendo vossos meios da causa de Deus, lede o livro de Malaquias e vede o que lá é dito sobre dízimos e ofertas.” (Special Testemonies A, N°1, 27)
“Dos recursos que são confiados ao homem, Deus requer certa porção – o dízimo”. (Testemunhos para a Igreja, vol.5, p. 149).
“Há grande número de membros nos livros de nossa igreja, e se todos se prontificassem a dar dízimo fiel aO Senhor, que é a Sua porção, não haveria falta de recursos.” (Conselhos sobre Mordomia, p.95).
“Deus deu orientação especial quanto ao emprego do dízimo. Ele não quer que Sua obra seja entravada por falta de meios.” (Obreiros Evangélicos. pp. 224-225)
“Se os meios entrassem no tesouro exatamente de acordo com o plano de Deus – um décimo de toda renda – haveria abundância para levar avante a Sua obra.” (Evangelismo, p.252).
“Em vista disto o Senhor nos ordena: ‘Trazei todos os dízimos à casa do Senhor para que possa haver mantimento em Minha casa.’ Isto é, uma abundância de recursos no tesouro.” (Review & Herald, vol.2 p.18).
“Se todo o nosso povo pagasse um dízimo fiel, haveria mais recursos no tesouro.” (ibidem)
“Com o aumento no número teríamos um aumento de dízimo proporcionando meios para levar a mensagem a outros lugares.” (Panfleto n° 67, p.9).
“Se todos, ricos e pobres, trouxessem seus dízimos à casa do tesouro, haveria suficiente suprimento de recursos.” (Testemunhos para a Igreja vol.4 p.475)
ANEXO III
O USO DO DÍZIMO
Mountain View, Califórnia,
22 de janeiro de 1905.
Pr. Watson:
Meu irmão, gostaria de lhe dizer, tenha cuidado com sua forma de agir. Você não está se movendo com sabedoria. Quanto menos você falar sobre o dízimo que foi apropriado para o campo mais carente e mais desanimador do mundo, mais sábio será.
Há anos me é apresentado que meu dízimo deve ser apropriado por mim mesma para ajudar os ministros brancos e de cor que foram negligenciados e não receberam o suficiente para sustentar suas famílias. Quando minha atenção foi chamada a ministros idosos, brancos ou negros, tornou-se meu dever especial investigar suas necessidades e supri-las. Este deveria ser meu trabalho especial, e já o fiz em vários casos. Ninguém deve dar notoriedade ao fato de que em casos especiais o dízimo seja usado dessa maneira.
No que diz respeito ao trabalho no Sul, esse campo foi e ainda está sendo roubado dos meios que deveriam chegar aos trabalhadores desse campo. Se houve casos em que nossas irmãs se apropriaram do dízimo para o apoio dos ministros que trabalham para as pessoas de cor do sul, que todo homem, se ele for sábio, mantenha sua paz.
Apropriei meu dízimo para os casos mais carentes trazidos à minha atenção. Fui instruída a fazer isso; e como o dinheiro não é retido no tesouro do Senhor, não é um assunto que deva ser comentado; pois exigirá que eu divulgue esses assuntos, o que não desejo, porque não é o melhor.
Alguns casos foram mantidos diante de mim por anos e supri suas necessidades com o dízimo, como Deus me instruiu a fazer. E se alguém me disser, ‘irmã White, você pode se apropriar do meu dízimo para usar onde você sabe que é mais necessário?’ direi: ‘Sim, posso’; e tenho feito. Eu louvo as irmãs que colocaram o dízimo onde é mais necessário para ajudar a fazer um trabalho que está sendo deixado de lado; e se esse assunto for divulgado publicamente, ele criará um conhecimento que seria melhor deixar como está. Não quero dar publicidade a esse trabalho que o Senhor me designou para fazer e para outros fazerem.
Envio-lhe este assunto para que não cometa erros. As circunstâncias alteram os casos. Eu não recomendaria que alguém praticasse a coleta de dízimos. Mas, há anos que de vez em quando as pessoas que perderam a confiança na apropriação do dízimo, que têm colocado o dízimo nas minhas mãos e disseram que, se eu não o aceitasse, elas próprias o apropriariam às famílias dos mais necessitados ministros que eles pudessem encontrar. Peguei o dinheiro, fiz um recibo e contei como ele foi usado.
Escrevo isso para que se mantenha calmo e não se agite, dando assim publicidade a esse assunto, e muitos outros não sigam o exemplo deles.
Ellen G. White. SpM 215-SpM 216
ANEXO IV
Apelo: Sejamos movidos pelo amor às almas.
“Nas visões da noite, eu estava num ajuntamento onde nossos ministros estavam reunidos. Alguns estavam se humilhando diante de Deus e confessando seus pecados. Estavam chorando e suplicando a Deus que poupasse o seu povo e não entregasse Sua herança ao opróbrio. Mas para muitos, não havia nenhum fardo especial para que se aproximassem do Senhor. Procurei os que carregavam o fardo; mas havia poucos que carregassem algum fardo genuíno pelas almas. Os que precisavam buscar ao Senhor com mais sinceridade não O procuravam com coração quebrantado e espírito contrito. Enquanto alguns ministros estavam invocando o Senhor de forma desordenada e eram pesados como uma carroça sob as roldanas, o coração de muitos permanecia intocado. Que tipo de relato terão aqueles que estão em lugares sagrados de confiança e, no entanto, têm pouco ou nenhum ônus pelas almas dos que perecem! Há necessidade de uma grande reforma em nossas fileiras.” SpM 435.3-SpM 437.3