“16. Tornei-me […] vosso inimigo? Paulo lhes dizia a verdade como dissera em ocasiões anteriores (cf. Gl 1:8, 9). Ele não havia mudado; seu evangelho não havia mudado. Por que então a atitude deles devia mudar em relação a ele? Paulo procurava libertá-los da escravidão do judaísmo, assim como antes os tinha libertado da escravidão do paganismo (ver com. de Gl 4: 9). Na realidade, Paulo era seu melhor amigo; estava disposto até a arriscar a perda de sua amizade, ao tentar resgatá-los dos “rudimentos fracos e pobres” do judaísmo (v 9). “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Pv 27: 6). O apelo de Paulo aos gálatas teve um efeito positivo (cf. AA, 388). O fato de os gálatas preservarem sua epístola sugere que eles atenderam a sua exortação e a valorizaram como instrumento de sua salvação. Essa atitude indica o apreço que tinham pelo interesse de Paulo por eles e sua aceitação da verdade que lhes havia apresentado.” [COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, Vol 6, pág. 1072].
“1. Rejeitar a reprovação leva à perda da alma. Satanás atuará sobre mentes acostumadas à condescendência, sobre pessoas que sempre agiram a seu bel-prazer, sobre aqueles para quem qualquer conselho ou reprovação para mudar seus objetáveis traços de caráter é considerado uma crítica destrutiva que os ata, restringe e lhes tira a liberdade de agir. O Senhor, em grande misericórdia, lhes enviou mensagens de advertência, mas eles não quiseram dar ouvidos à reprovação. Como o inimigo que se rebelou no Céu, eles não gostaram do que ouviram; não corrigiram o mal que haviam feito, mas se tornaram acusadores, declarando ter sido maltratados e não terem recebido a devida consideração. Agora é o momento da prova, do teste, da avaliação. Aqueles que, como Saul, persistirem em fazer as coisas a seu modo, sofrerão, como ele, a perda da honra, e finalmente a perda da alma (Carta 13, 1892).” [COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, Vol 3, pág. 1319].
“Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes.” [I Tessalonicenses 02:13].
“13. Dar graças a Deus. Ver com. de I Ts 1:2, 3. Paulo estava convicto da realidade da fé inicial de seus conversos e desejava impressioná-los com o senso dessa realidade, para que não fossem tentados a duvidar e abandonar a fé.
Recebido. Esta palavra e “acolhestes” são a tradução de dois verbos gregos diferentes. O primeiro deles, paralambanõ, significa a recepção externa, ouvir a mensagem; o segundo, dechomai, se refere à recepção interna e à aceitação da mesma.
Palavra de Deus. Paulo não tinha dúvidas acerca da origem da mensagem que pregava: sabia que provinha de Deus. Ele também ensinava aos tessalonicenses sobre as Escrituras Sagradas (At 17:2, 3). Ele se alegrava porque os tessalonicenses também reconheciam a autoridade divina de sua mensagem, e citou esse reconhecimento como o principal motivo de seu regozijo.
Operando eficazmente. Do gr. Energeõ (ver com. de Fp 2:13). Quando aceita na vida, a palavra cumpre sua tarefa divinamente designada.
Em vós, os que credes. A obra eficaz da palavra de Deus traz benefício apenas quando é “acompanhada com fé” naqueles que a ouvem (Hb 4:2). O evangelho é “o poder de Deus na salvação de todo aquele que crer” (Rm 1:16). Em uma das maiores bênçãos de Paulo, ele declarou como Deus é capaz de fazer por nós muito mais do que pedimos ou pensamos pela “eficácia” que opera eficientemente em nós” (Ef 3:20). Novamente, ele falou da experiência pessoal e contou como se empenhou na pregação com toda “eficácia” para que Deus “operasse eficientemente” nele (Cl 1:29). Neste caso, o poder da palavra de Deus estava operando nos crentes tessalonicenses, concedendo-lhes paciência sob provação e perseguição. [COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, Vol 7, pág. 234].
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” [Tiago 01:22].
- Praticantes. Tiago se refere ao Sermão do Monte (ver p. 544; Mt 7:21-29). Isso qualifica o preceito já mencionado: ser “pronto para ouvir” (Tg 1:19). Não é suficiente lembrar o que ouvimos ou mesmo ser capaz de ensiná-lo a outros. Devemos, sistematicamente e persistentemente, praticar a “palavra da verdade” (v. 18) em nossa vida. Desse modo, o apóstolo Tiago concorda perfeitamente com os ensinos de Paulo: “Porque os simples ouvidores da lei não são justou diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2:13).
E não somente ouvinte (ARC). Certamente isso não é uma condenação daqueles que ouvem a “palavra da verdade”. O erro está em “somente” ouvir e não coloca-la em prática na vida (ver com. de Mt 7:21-27; Rm 2:13).
Enganando-vos (ARC). Do gr. Paralogizomai, “enganar mediante um raciocínio falso”. Esse tipo de engano consiste em alguém enganar-se a si mesmo, por meio do raciocínio falso. Quem ouve se engana quando racionaliza que meramente ouvir a palavra ou debater muito acerca da verdade ou ser membro da igreja é o suficiente para a salvação. Deve haver uma transformação completa de vida pelo poder do Espírito Santo, que dá o poder aos crentes para serem “praticantes da palavra”. [COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, Vol 7, pág. 559].
“Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado.” [Provérbios 29:18].
- Profecia. Do heb. Chazon. Em cada uma de suas 35 ocorrências, o termo se refere a uma visão profética. Com exceção dos oráculos do cap. 30 e 31, atribuídos respectivamente e Agur e Lemuel, a referência do versículo parece ser a única menção a profetas ou profecia neste livro. Contudo, todos os escritos de Salomão comunicam sabedoria e conhecimento ás pessoas, da parte de Deus.
O povo se corrompe. Do heb. Para’, “deixar ir”. A primeira parte diz literalmente: “Quando não há visão, o povo se perde [ou carece de limites].” Quando uma igreja ou nação se afasta tanto de Deus que Ele já não mais pode se comunicar diretamente com ela, mediante Seus mensageiros escolhidos, o povo carece de limites.
Lei. Nesse caso, a lei compreende toda a vontade revelada de Deus. Em vez da anarquia e da miséria resultantes de todas as ocasiões em que o ser humano faz o que é certo aos próprios olhos (Jz 17:6), há prosperidade e alegria quando a vontade do Senhor é seguida. [COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, Vol 3, pág. 1184].
“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” [Atos 17:11].
- Nobres. Literalmente, “bem-nascidos” (ver I Co 1:26). Aqui a palavra significa o temperamento generoso e leal que idealmente deveria caracterizar aqueles de nascimento aristocrático. Era essa qualidade de bondade e mente aberta que o apóstolo e Lucas admiravam nos judeus da Bereia. Em contraste com os da sinagoga de Tessalônica, não eram escravos do preconceito, mas, com a mente aberta, estavam prontos para estudar as verdades apresentadas por Paulo.
Receberam a palavra. Isto é, a palavra de Deus. Paulo lhes apresentou o mesmo ensino bíblico que anunciara aos judeus de Tessalônica (v. 3).
Avidez. Ou, “zelo”. Eles desejavam a iluminação.
Examinando. Do gr. Anakrinõ, “investigar”, “examinar”, “analisar [evidências]”, sobretudo num sentido legal (At 4:9; 12:19). Em João 5:39 é utilizada uma palavra diferente, ereunaõ (“procurar”, “examinar”). Os bereanos usaram a razão santificada ao estudar as Escrituras e descobriram que as palavras inspiradas falavam de um Messias que sofreria e ressuscitaria. Depois de examinar as evidências e descobrir a verdade, provaram sua sinceridade ao aceitar o novo ensino. Os conversos de Bereia sempre têm sido considerados, em especial por aqueles que enfatizam o direito do raciocínio individual, como representantes de que demostra o equilíbrio adequado entre razão e fé, evitando tanto a incredulidade cega quanto o ceticismo. Em sua avidez por investigar aquilo que era proposto como verdade e em conferir na autoridade venerada, as Escrituras, para então seguir a verdade que haviam descoberto, constituem um bom exemplo a seguir.
Todos os dias. O uso desta expressão sugere que a permanência de Paulo com os bereanos foi suficiente para pelo menos orientar os alunos em um estudo aprofundado da Palavra. . [COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, Vol 6, pág. 361].
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” [Apocalipse 3: 22].
- Quem tem ouvidos. Exortação solene usada muitas vezes por Cristo para enfatizar uma verdade importante que acabava de ser declarada (ver Mt 13:9, 43; Lc 14:35; etc.; cf. Ap 2:7. 11). Num sentido geral, todos têm “ouvidos” e deviam dar atenção, mas talvez Cristo estivesse Se referindo principalmente à percepção espiritual por meio da qual os de coração sincero podem ver o verdadeiro significado e, como resultado, ser iluminados (cf. Is 3:9, 10). [COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, Vol 5, pág. 402].